Nasceu em Poiares da Régua distrito de Vila Real.
Empresário de sucesso no ramo da construção civil diz que veio para a Bélgica por acaso, tinha que fazer uma mudança radical na sua vida e em Portugal seria difícil. Tinha que se afastar de várias situações pessoais e só longe desses problemas iria conseguir. O bichinho de abandonar esses problemas já la andava, mas com o apoio dos pais ainda foi mais fácil, porque eles próprios diziam … tens que emigrar seja França seja Bélgica, só aí vais conseguir ser feliz. Em 1995 fez-se à estrada.
Já em Portugal trabalhava por conta própria, mas mesmo assim veio, sabia que ia conseguir dar a volta, até porque o trabalho nunca o assustou e sabia que iria vingar… o que veio acontecer.
Bateu a várias portas e lamenta a maneira como muitos compatriotas na altura não lhe quiseram dar a mão. Chega mesmo a dizer que alguns deles, mesmo da sua aldeia, que ele sabia que precisavam de pessoal para trabalhar, lhe fechavam as portas. Diziam-lhe para não ficar porque havia muito pouco trabalho e que ele tinha feito mal em vir que seria melhor regressar. Não o convenceram, até porque desistir era uma palavra que não fazia parte do seu dicionário.
Andou um pouco ao Deus dará, a fazer uns trabalhos aqui outros ali, até conhecer aquela que até hoje é sua esposa Luisa Barreto Macedo. Algum tempo depois, consegue os papeis para poder trabalhar legalmente no país. Trabalhou um ano a colocar azulejos nas lojas Paris Ixelles, depois em 1998 trabalhou para a STIB, também no Logement social onde passado uns tempos trabalharia também a sua esposa. Em todos estes locais, sempre dedicado a trabalhos de renovação. Acabou por concluir que não era ainda por ali que ficaria, eram muitas horas, pois tinha dois trabalhos um de dia outro de noite. Alguns dos trabalhos eram renovações que só se podiam realizar durante o período da noite pois eram em lojas comerciais.

Pensa que o seu golpe de sorte foi quando um amigo português, da zona de Chaves, lhe disse que o patrão estava a contratar pessoal para ele entrar em contato. Assim fez tendo ficado durante 3 meses à espera, continuando sempre com os seus trabalhos. Quando já tinha perdido a esperança é contactado por essa empresa para se apresentar. Diz que foi aí o grande salto na sua vida, nunca pode esquecer a maneira como foi tratado pela gerência dessa empresa a HOME Design em Stockel. Começou imediatamente como ladrilhador tendo mais tarde efetuado todos os trabalhos relacionados com a renovação. Ficou durante 7 anos, mesmo nessa altura continuava com dois trabalhos, um deles para um empresário português, prefere não dizer o nome… porque foram muitos os problemas que teve de enfrentar com ele, alguém com caracter muito difícil, diz…, fez-me várias propostas aumentando sempre o meu salário para me convencer a sair de onde estava. Confesso até que me fez uma proposta muito tentadora, que acabei por aceitar. Fiquei lá 6 meses, mas era muito difícil de suportar, cada dia que passava exigia mais, era quase humanamente impossível responder às suas exigências. Por mais que se fizesse nunca ficava contente, acabei por vir embora.
Agostinho sabia o que queria, foi uma má experiência e na sua cabeça tinha a certeza de que depois deste patrão que tanto o rebaixou, teria mesmo de se lançar por conta própria, não iria suportar este tipo de atitudes de mais ninguém. Mas na altura não era fácil derivado aos acessos à profissão que eram necessários para abrir uma empresa. Falou com uns cunhados que já eram empresários e nada… falou com outros empresários, fecharam também as portas. As hipóteses eram escassas só mesmo seguindo um caminho, fazer o necessário para atingir o fim. Começou a frequentar cursos à noite de gestão entre outros. Mas não era fácil estudar à noite e trabalhar de dia. E é nessa altura, que mais uma vez aparece a Home design na sua vida. M. Jean, um senhor belga que conheceu na empresa, sabendo do seu empenho para se lançar por conta própria, apoiou-o incondicionalmente e ajudou-o a a obter todos os acessos legalmente reconhecidos para abrir aquela que viria a ser a sua primeira empresa do grupo “Reno-Macedo”. Diz que nunca conseguirá agradecer a essa pessoa tudo o que fez por ele, após ter lançado a Reno-Macedo juntaram-se a Renov- Macedo e a Urbino Carrelages.
Hoje tem uma boa carteira de clientes, abriu no ano passado também o seu espaço escritório / Loja de artigos de construção mais concretamente azulejos. Um showroom com mais de 400 metros quadrados, onde podemos encontrar uma grande gama de azulejos de chão e parede entre outros artigos, como artigos para isolação de fachadas. Com esta iniciativa nasce a outra empresa do grupo a Urbino Carrelages. Tem pena de trabalhar com pouco material de Portugal, fez vários contatos, mas sem resultados. Visitou grandes marcas de azulejos em Portugal, mas era sempre encaminhado para revendedores, o que não veio a acontecer em Espanha e em Itália, de onde importa atualmente o maior volume de material.
Agostinho Macedo é também um autodidata, inventou um tecido que já se vende em várias lojas de material de construção para limpar a cola dos azulejos o CMDIDON. Este artigo é muito apreciado tendo o seu nome sido inspirado nas iniciais do nome dos dois filhos e cão mascote da família. Inventou também um artigo de construção que evita que os funcionários necessitem de estar de joelhos para alisar a betomilha. Tem outro grande projeto em carteira, um dipositivo para colocar nas caixas de correio que indica ao seu proprietário se tem ou não correio, evitando assim que a pessoa se desloque para essa verificação.
Diz que parar é morrer, avançando que sempre vão aparecer mais ideias…
Agradece à revista da Federação por lhe dar esta oportunidade de contar a sua historia e ao mesmo tempo, com este gesto simbólico, poder agradecer a esse grande senhor que nunca esquecerá Ms. Jean.
RENOV MACEDO
Rue de l’Artisanat, 7A – 1400 Nivelles
E-mail: renov-macedof@hotmail.com
Texto: Paulo Carvalho
